Navegando por Autor "Lucca, José Valdecir de"
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- ItemCaracterização limnológica e análise de comunidades bentônicas sujeitas à invasão por espécies exóticas, em lagos do Vale do Rio Doce, MG, Brasil(2006-11-23) Lucca, José Valdecir deOs macroinvertebrados bentônicos são importantes componentes nos ecossistemas aquáticos devido à sua participação no fluxo de energia e na ciclagem de nutrientes, recebendo gradativamente maior atenção nos estudos ecológicos nas últimas décadas. O presente estudo visa uma caracterização limnológica comparativa de quatro lagoas do sistema de lagos do Vale do Rio Doce, MG (lagoas Águas Claras, Almécega, Verde e Carioca), e o estudo dos macroinvertebrados bentônicos, com ênfase na composição taxonômica, distribuição espaçotemporal e diversidade, além de uma avaliação de possíveis relações com a ocorrência de espécies exóticas neste sistema. As lagoas encontram-se na depressão interplanáltica do Vale do Rio Doce, formada por uma rica rede de drenagem, circundada por remanescentes de Mata Atlântica (19 'GRAUS' 45 25,7" e 19 'GRAUS' 53 11,6" S; 42 'GRAUS' 37 35,6" e 42 'GRAUS' 35 11,3" W). Amostragens para análises físicas, químicas e biológicas foram realizadas em setembro e dezembro de 2002 e março e junho de 2003. As amostragens de sedimento para análises de composição granulométrica e da comunidade de macroinvertebrados bentônicos foram realizadas com draga do tipo Van Veen (337 'CM POT.2'), em um total de 77 estações de coleta e em quatro períodos de amostragem. Foram identificados 56 táxons, sendo 2 pertencentes ao Filo Mollusca, 13 à Classe Oligochaeta, 1 à Classe Hirudinae, 1 ao Filo Nematoda e 41 à Classe Insecta. Desses últimos, 27 pertencem à família Chironomidae. A maior riqueza de táxons foi registrada na lagoa Carioca (43 táxons) e a menor na lagoa Águas Claras (27 táxons). Melanoides tuberculata, um molusco invasor, foi o táxon numericamente dominante nas lagoas Águas Claras e Almécega. Na lagoa Verde esse molusco ocorreu em densidade média 5 vezes menor do que nas lagoas anteriormente citadas onde suas populações já se encontram bem estabelecidas. Na lagoa Carioca não há ocorrência desse molusco, e nesta lagoa foi registrada a maior riqueza de táxons entre as lagoas estudadas, sendo os Chironomidae os macroinvertebrados bentônicos mais representativos. Sazonalmente ocorreram diferenças na densidade das populações. Existem também diferenças quanto à composição taxonômica da comunidade bentônica entre as regiões litorânea e limnética, evidenciando a compartimentalização do sistema. Os sedimentos das lagoas Águas Claras, Almécega e Verde tem baixo conteúdo de matéria orgânica, sendo do tipo mineral e arenoso, enquanto o da lagoa Carioca é do tipo barrento e orgânico. Em relação às variáveis limnológicas, o pH é ligeiramente ácido e as águas bem oxigenadas. As concentrações de nutrientes na coluna d água são relativamente baixas podendo as lagoas Águas Claras, Almécega e Verde serem consideradas oligotróficas e a lagoa Carioca meso-oligotrófica.
- ItemComposição, distribuição e abundância dos macroinvertebrados bentônicos da Lagoa do Caçó (MA)(2016-02-04) Lucca, José Valdecir deAs comunidades bentônicas são relevantes nos ecossitemas aquáticos devido ao seu papel no funcionamento dos ecossistemas e também como mercadores ou indicadores de paleocondições. Sua distinção, similarmente à de outras comunidades, estão condicionadas por fatores abióticos e pela interação entre eles, determinando a estrutura da comunidade que se estabelecerá. Pelo presente trabalho objetivou-se determinar a composição taxonômica, a abundância e a distribuição espacial da comunidade bentônica, amostrando-se em 20 pontos na lagoa do Caçó. Um total de 14 pontos foram estabelecidos na região litorânea (7 na margem esquerda e 7 na margem direita) e 6 na região limnética. A variação sazonal em parâmetros da comunidade e também das características físicas e químicas da água e do sedimento foram analisadas e relacionadas aos deslocamentos da Zona de Convergência Intertropical. A lagoa do Caçó está localizada ao Norte do Estado do Maranhão e possui aproximadamente 5 km de comprimento e largura média de 500 metros. As coletas foram realizadas em abril (período chuvoso) e novembro (período seco) de 1999. Pelos resultados obtidos, ficam evidentes as diferenças tanto na riqueza de táxons quanto na diversidade de espécies e na densidade das populações em função da sazonalidade. A diversidade, a riqueza e a densidade foram maiores no período seco do que no período chuvoso. A família Chironimidae (Diptera Insecta) foi o mais importante componente da comunidade, representando aproximadamente 50% do total da fauna bentônica da lagoa. O sedimento da Lagoa do Caçó tem baixo conteúdo de matéria orgânica, sendo classificado como mineral. A análise da composição granulométrica mostrou que o sedimento é heterogêneo, sendo arenoso na margem esquerda, predominantemente argiloso na margem direita e limo arenoso e argiloso na região limnética. Em relação às variáveis limnológicas, observaram-se microestratificações térmicas e ) químicas. Os índices tróficos aplicados permitiram classificar a lagoa do Caçó como oligotrófico. A alternância dos períodos seco e chuvoso atuou como a principal função de força condicionado as alterações nas condições físicas e químicas da água bem como na comunidade bentônica no ano de 1999. Além disso, a identificação dos Chironomidae atuais da lagoa do Caçó até o nível de gênero, e o fato deste grupo produzir remanescentes fossilizáveis os tornam bons marcadores paleolimnológicos e paleoclimáticos que podem ser utilizados para inferir sobre as condições lacustres e climáticas passadas.