Uma estratégia para avaliação da resiliência na mobilidade urbana
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Resumo
O objetivo deste estudo foi elaborar uma estratégia para avaliação da resiliência na mobilidade urbana, focando-se na restrição ao transporte motorizado. Assim, assumiu-se hipoteticamente que as viagens poderiam ser feitas apenas a pé ou de bicicleta. As viagens foram classificadas como persistentes, adaptáveis e transformáveis. As viagens persistentes e adaptáveis foram consideradas resilientes, enquanto as viagens transformáveis foram consideradas vulneráveis. Uma nova segmentação precisou ser criada para este trabalho: a excepcionalidade, que engloba viagens por modo a pé ou bicicleta além dos limites das Distâncias Máximas Possíveis (DMP). Os estudos de caso foram feitos na cidade de São Carlos e em um conjunto de três municípios da Região Metropolitana de Maceió (RMM): Maceió, Rio Largo e Satuba. No estudo em São Carlos, o pior cenário teve 40,4% de resiliência, e atingiu 100% com 11 km de DMP de bicicleta. Na RMM, o cenário mais pessimista apresentou uma resiliência de 43,0%, e atingiu o seu máximo aos 28 km. Os resultados também revelaram diferentes padrões espaciais de viagens para cada condição da resiliência. Em São Carlos, viagens persistentes apresentaram um padrão pontual. Viagens adaptáveis mostraram um padrão radial. As viagens transformáveis exibiam um padrão mais diametral, de um extremo ao outro da cidade. A análise por zona mostrou que as viagens transformáveis têm maior frequência em zonas afastadas do centro da cidade. Em RMM, os padrões encontrados foram semelhantes. As viagens persistentes, por exemplo, também eram predominantemente intrazonais. Além disso, as viagens adaptáveis tornaram-se mais concentradas em partes específicas da área urbanizada (por exemplo, ao norte da região), a medida que os valores de DMP aumentaram. O trabalho mostra a necessidade da adoção de políticas de incentivo aos modos ativos de transporte, no intuito de diminuir a dependência da sociedade de veículos motorizados.
The objective of this study was the development of a strategy to evaluate how urban mobility resilience would be affected by constraints imposed to motorized transport modes. The analysis was based on the hypothetical assumption that only walking and cycling trips would be possible. The trips were initially classified as persistent, adaptable and transformable. Trips in the first two groups were considered resilient trips, whereas the trips in the third group were vulnerable trips. A fourth category was created to accommodate walking and cycling trips that went beyond the Maximum Distances (MD) per mode that were also defined as part of the method. Case studies were conducted in the city of São Carlos and in Maceió Metropolitan Region (MMR), which contains three municipalities: Maceió, Rio Largo and Satuba. In the case of São Carlos, we found a resilience value of 40.4% in the worst scenario. Resilience values would increase for larger MD values, reaching a maximum resilience of 100% for a MD of 11 km. In MMR, the minimum resilience value found was 43.0%, and the maximum resilience value corresponded to a MD of 28 km. The results also indicated different spatial patterns for each group of trips. In São Carlos, persistent trips were mainly intrazonal trips, adaptable trips had a radial pattern, and transformable trips crossed the urban area. The analysis per zone have shown a concentration of transformable trips in zones far from the city center. In MMR, the patterns were similar. Persistent trips, for example, were also mostly intrazonal trips. In addition, adaptable trips became more concentrated in specific parts of the urbanized area (e.g. the northern part of the region) as MD values increased. This study indicate the need for policies that encourage the use of active modes of transportation, in order to decrease the dependence of society in motorized vehicles.